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segunda-feira, janeiro 30, 2006

Complicações!!!!!!!!

Na 4ª feira as notícias eram as melhores: a operação tinha corrido bem e eu fiquei imensamente aliviada. Na 5ª feira tudo parecia correr sobre rodas e a recuperação era uma certeza. Na 6ª feira começaram as primeiras dúvidas: tanta sonolência, falta de lucidez, o que estaria a acontecer?

Sábado, a certeza: tinha havido uma complicação. A operação tinha originado uma fístula no duodeno, pelo que se esperaria para ver se a fístula cicatrizava por si, caso contrário, seria necessário nova cirurgia (!)… E no Domingo, o telefonema: o avô do M. foi novamente operado de urgência na noite de Sábado para Domingo e estava ontem ao fim do dia nos cuidados intermédios, sob vigilância, devido a algumas dificuldades respiratórias e alguma confusão mental…

Hoje saber-se-á mais alguma coisa… É só preciso esperar…

Amigas, em relação ao meu último post, não consigo encontrar palavras para agradecer todo o vosso apoio e palavras de carinho… Vocês são mesmo especiais (Cláudia, quando li o teu post, as lágrimas teimaram em saltar, és uma AMIGA linda)… E queria também agradecer a todos os meus Amigos e Amigas que me ligaram, que se preocuparam comigo, que se interessaram… Obrigada.

Não fossem estas novas complicações no estado de saúde do avô do M. e eu estaria bem: resignada, confiante e com muita força e esperança… Mas ainda assim, acredito que TUDO se resolva…

Ah… e mais uma correcção, para quem estiver interessado: o chocolate não é Dove, é Magnum Intense, um espectáculo…

PS: Vou agora para mais uma auditoria, mas prometo visitar-vos hoje à tarde!

quinta-feira, janeiro 26, 2006

Esperar, sempre esperar...

Pois é, a história repete-se, e ainda não é desta que vou finalmente iniciar um tratamento. O quisto diminuiu, mas não o bastante, por isso vou continuar mais uma vez a tomar a pílula, e em Março volto a ter consulta para nova avaliação…

Se fiquei triste? Sim, muito, mas já estou bem… Fiquei triste porque para quem está à espera há tanto tempo como eu, e a correr contra o tempo, cada dia parece uma eternidade, e estes dois meses mais de pílula são MAIS dois meses sem esperança, sem luta, sem nada… Só espera, e sem ter a certeza que no fim esteja finalmente um tratamento. Estou triste mas resignada: confio no médico, o caminho é este e eu tenho que aceitar isso…

Ontem fiquei muito triste, mas depois da sessão de terapia a que me submeti no fim da consulta, fiquei melhor. Uma terapia infalível… Aqui fica a receita:
1º Ir para um lugar calmo, de preferência junto ao mar, e chorar tudo o que há para chorar e foi sendo guardado ao longo dos últimos tempos: um choro a sério, com direito a soluços sonoros, cara feia e lavada em lágrimas e nariz ranhoso. Tudo isto abraçada ao meu M. (obrigada por tudo, amor) e a ouvi-lo dizer o quão maravilhosa sou;
2º No fim da sessão de choro intenso, olhar o mar. Olhar para aquela força contida e serena, ver as ondas perfeitas que havia ontem ao fim da tarde na praia em Matosinhos a subir, subir, a enrolarem-se e a desfazerem-se numa cascata de espuma branca, perfeita. De preferência, com o pôr do sol como pano de fundo…
3º Comer um chocolate do mais forte que possa existir no mercado. Ontem o escolhido foi um chocolate novo da Dove, de quadrados de chocolate com uma percentagem de cacau perfeitamente absurda e ainda recheados de mousse de cacau… Uma autêntica bomba anti-depressiva: esqueçam todos os medicamentos que conhecem porque não há nada que chegue aos calcanhares de um bom chocolate…

E pronto, assim foi… Hoje ainda estou um pouco triste mas isto também vai passar, e mais dois meses passam num instante…

PS: queria agradecer à Cláudia Vieira, à Pi e à Alexandra G. as palavras de incentivo enquanto eu estava na sala de espera do consultório: obrigada amigas, foi muito importante; à Bunny por ser como é e por me ter feito rir por entre as lágrimas no fim da minha consulta; à minha Moka: amiga, não preciso de dizer nada, pois não; ao meu M. que eu adoro; e a todas vós, mais uma vez, por tudo. Obrigada. E queria pedir desculpa por não vos visitar nestes dias mas vou agora para formação fora da empresa e durante os próximos 3 dias, por isso não vou mesmo ter oportunidade, mas volto 2ª feira para encher os vossos blogs de comentários e banalidades…

quarta-feira, janeiro 25, 2006

É HOJE...

Pois é, finalmente chegou o dia D… A esta hora o avô do M. já está a ser operado e daqui a umas horas eu vou à consulta pela qual tenho esperado nos últimos dois meses. Sim, neste momento, a minha vida mede-se em “intervalos entre consultas” e os tempos de espera entre elas são o mais difícil disto tudo…

Mas muita coisa aconteceu nos últimos dois meses… Habituei-me à ideia de que não iria engravidar “normalmente” e hoje em dia encaro a minha (nossa) “fertilidade reduzida” como um facto e não uma fatalidade; aprendi a ser mais positiva e a valorizar tudo aquilo que tenho de bom, a aproveitar cada dia para fazer as coisas que gosto de fazer e que me fazem sentir bem e para estar com as pessoas de quem gosto e que me fazem sentir bem; criei este blog que tem sido uma autêntica válvula de segurança para os meus medos, os momentos de fraqueza e os sentimentos menos positivos; conheci e encontrei-me com algumas amigas virtuais, que se tornaram também amigas reais, e com as quais passei momentos fantásticos; e conheci mais amigas virtuais (e que um dia espero que também se tornem todas reais) que todos os dias me apoiam com as suas palavras e os seus mimos e que têm sido muito importantes para mim.

Hoje, contrariamente ao que tem acontecido nos últimos dias, toda a ansiedade se desvaneceu e estou estranhamente calma. Espero conseguir manter essa calma à medida que a hora da consulta de aproxime e caso o resultado desta não seja bem aquele que eu desejo… Independentemente do que de lá saia, sei que ainda há muito caminho pela frente, e sei que, seja ele mais curto ou mais longo, quero calcorreá-lo todo, até ao fim, custe o que custar. Espero que me continuem a ajudar a levantar quando as forças parecerem faltar-me, que comemorem comigo as vitórias que possa haver ao longo do percurso, mas sei que o grande esforço terá que ser meu e espero ser Mulher suficiente para conseguir chegar à meta final, por muitos obstáculos que possam surgir…

terça-feira, janeiro 24, 2006

Como se costuma dizer...

...Uma desgraça nunca vem só, e no meu caso poderia dizer “uma ansiedade nunca vem só”… Para além da minha consulta que me anda a mexer com os nervos, exactamente no mesmo dia, o avô do meu M. vai ser operado a um tumor no rim… É um tumor que já existe há algum tempo e que tinha vindo a ser continuamente monitorizado, mas que, tendo em conta o aumento de volume que experimentou no último ano, vai ter que ser removido… Não se sabe se é maligno ou não (nós, pelo menos, não sabemos), se já afecta outros órgãos ou não, só sabemos que é uma operação complicada como é qualquer operação com anestesia geral para remover um rim numa pessoa que já passou dos 80 anos… Uma pessoa que sempre foi uma grande lutadora, que do nada, e com as suas próprias mãos, criou um negócio e um nome que é, no meio em que se insere, reconhecido a nível nacional, uma pessoa que já sentiu a dor de ver partir uma companheira ainda jovem e uma filha (a minha sogra) na flor da idade, uma pessoa linda e de quem eu gosto mesmo como se fosse MEU avô e que me acolheu na sua família como se eu fosse SUA neta… Tudo há-de correr bem… Estou a rezar por isso…

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Hoje é Segunda Feira...

...E podia-vos contar como foi o meu fim-de-semana: a ida a Valença, onde acabei por não fazer compras quase nenhumas; o fim de tarde em Viana, onde não consegui comer uma daquelas maravilhosas bolas no Natário, que estava à pinha (!); a passagem na FNAC para alimentar o meu vício de livros com mais um volume; as eleições (não há pachorra…)… Mas não me apetece falar de nada disso…

Ontem a ansiedade tomou definitivamente conta de mim e até 4ª feira não me parece que consiga pensar ou falar noutra coisa que não seja a consulta… Até lá não vou viver, vou sobreviver: vou cumprir o mínimo estritamente necessário para passar estes dias que faltam o mais rapidamente possível. O ideal seria que me dessem um comprimido para dormir até lá, e acordar só no dia 25 às 16h30 na sala de espera do consultório.
Anseio por iniciar um tratamento, por fazer algo que me faça sentir que estou a avançar, por saber o que me espera daqui para a frente… Anseio por injecções, ecos, punções e transferências, por muitos incómodos que estas possam trazer… Anseio por ir à luta, como aqueles soldados cansados de recruta e treino, e cheios de vontade de experimentarem uma batalha a sério, com armas e munições reais. Anseio por tudo isto com uma força e expectativas tão elevadas que chego a ficar com vontade de chorar só de pensar na possibilidade de não ser ainda desta que possa finalmente iniciar um tratamento. Mas isso não vai acontecer… Não pode acontecer… Espero que não...

sexta-feira, janeiro 20, 2006

Finalmente...

…Sexta-feira e mais um fim-de-semana à porta! Estava a ver que nunca mais chegava!... E este fim-de-semana é para ir para casa da mamã, que bom!!!! Lá vamos nós fazer os 200 km que me separam de casa dos meus pais para passarmos dois dias a descansar, comer (demais), dormir e passear.

Este Sábado à tarde está planeada uma ida a Valença do Minho, onde se encontra a maior concentração de lojas de atoalhados e roupa de casa da Europa, quiçá de Portugal, onde pretendo fazer um verdadeiro assalto aos saldos para vestir a minha casinha com alguma roupa nova… Se não conhecem, aconselho-vos a visitar um dia aquela “feira” imensa dentro das muralhas de Valença, cheia de atoalhados e roupas de cama pendurados nas portas (porta sim, porta sim) das casas, onde os lojistas falam uma mistura de galegó-português para se conseguirem entender com a imensidão de fregueses que inundam as ruazinhas estreitas e empedradas (conselho: levem calçado confortável, sem saltos) da vila. Eu já tenho lá as minhas lojas de referência, e tem que ser mesmo assim, porque caso contrário, pode-se lá andar durante horas infinitas sem comprar absolutamente nada e chegar ao fim completamente perdido!!!

E no Domingo vou votar, claro, aliás, é por isso mesmo que vou a casa este fim-de-semana: cumprir o meu dever cívico. Já houve um tempo em que não fazia questão de votar em todas as eleições, mas hoje em dia, só não o faço se for completamente impossível. Muita gente lutou para termos este direito, para podermos escolher as pessoas que nos representam e que nos governam, pelo que considero uma obrigação fazer uso desse direito. E para além disso, nós gostamos muito de dizer mal dos nossos governantes, de tudo e todos, mas quando somos chamados a dar a nossa opinião e o nosso contributo para a escolha dessas pessoas, muitas vezes abstemo-nos de o fazer, preferindo não assumir qualquer responsabilidade nesse acto… Não me parece bem. Ainda que não confiemos ou acreditemos em nenhuma das alternativas que nos são apresentadas, penso que um voto em branco diz sempre muito mais do que mais uma gota no vastíssimo oceano da abstenção…

Beijinhos e bom fim-de-semana!!!

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Mas digam-me lá...

…Como é que é possível ficar mais de um dia triste e chochita quando se tem umas amigas como vocês?... Não dá, não consigo! Apetece-me novamente dizer obrigada, obrigada, obrigada, mas vocês já sabem, não é? OBRIGADA!!!!

Ontem foi dia de (ai, que dói só de falar nisso…) depilação: Arrrghhhhh! Como vêem já comecei os preparativos para a minha consulta, sim, porque se o meu M. querido não se deixa de forma alguma intimidar por alguma pilosidade corporal e prometeu perante Deus e os Homens amar-me e respeitar-me em todos os momentos da nossa vida, com ou sem pelos, já o pobre médico que me vai consultar 4ª feira não merece tal provação… Portanto, aí fui eu…

Bem, as idas à cabeleireira nestas terras mais “piquenas” (sim, porque cá a depilação faz-se no cabeleireiro) são sempre toda uma aventura: para além de ser o sítio onde mais vezes me perguntam quando é que eu me decido a ter um filho, todas elas os têm já, ou se não têm quando vão trabalhar para lá, tratam logo de engravidar quando começam… E eu ontem ia toda preparada para, assim que me fizessem a pergunta da praxe, contar toda a verdade (é a minha nova abordagem… vamos lá ver se me dou bem com ela…), mas eis senão quando… Ninguém me ligou nenhuma! Andavam tão entretidas a contar as gravidezes umas das outras e os partos umas às outras e a comparar cromos (isto porque a miúda mais nova que começou lá a trabalhar há pouco tempo também já está grávida, e de sete meses! Tem piada é que há um mês e meio quando lá fui cortar o cabelo, ela ainda não estava, ou pelo menos não fazia questão de o mostrar: huummmmm…), que nem se meteram comigo!... E querem saber uma coisa? Evoluí tanto (que orgulho) que as conversas não me incomodaram nadinha e ainda me ri com as histórias delas, mesmo sem participar grandemente na conversa! Um dia também vou lá contar as minhas histórias, e que histórias!...

Agora vou trabalhar (também tem que ser!), mas ainda queria deixar aqui um beijinho muito muito especial para a minha amiga Pi e dizer-lhe que hoje vou pensar muito nela.

quarta-feira, janeiro 18, 2006

Um dia assim...

Não sei porquê mas hoje não estou muito nos meus dias… Estou sem ânimo, chochita, e nem sei qual o motivo… Devia estar feliz porque já só falta uma semana para a minha consulta, e ainda hoje de manhã falei nisso ao meu M., mas isso não está a acontecer…

Não sei se é, para além da expectativa, medo de as coisas não correrem bem como eu espero: então e se o quisto não desapareceu; então e se ainda não é desta que eu posso iniciar um tratamento; então e se tiver que continuar a tomar a pílula neste marasmo durante mais não sei quanto tempo; então e se… Já ando nisto há 2 anos e meio e o único tratamento que fiz até hoje foi “tomar a pílula”, a primeira vez durante quase 1 ano e agora novamente durante 3 meses. Às vezes tenho a sensação que ando sempre a marcar passo, sempre à espera da próxima etapa, mas que nunca faço nada de facto.

Podem achar que é pessimismo mas já tenho tanta experiência de entrar em consultórios cheia de esperança e sair de lá completamente de rastos, que acho que isto se está a transformar num pequeno trauma pessoal… Mas também sei que isto é capaz de ser só hoje, e que amanhã talvez já esteja com uma disposição fantástica, cheia de optimismo e convencida que tudo correrá bem… Uma coisa é certa, estou a contar os minutos (os segundos) para dia 25 porque independentemente do que de lá saia, há-de ser mais um passo em frente, por mais pequeno que seja…

Em relação à conversa de que vos falei ontem, pelos vistos, já deu alguns frutos.
Mensagem enviada por uma amiga:
“Fiquei muito triste por ti. Tenho pena de não ter vindo a partilhar contigo a tua tristeza e que não estejas a partilhar comigo a minha felicidade. Mas acho que ainda vamos a tempo… Vem ter comigo uma noite destas para conversarmos. Bjs.”

E hoje, mais uma “amiga” sumida há muito tempo resolveu ligar para saber (finalmente) de mim: pediu-me desculpa por não o ter feito há mais tempo, falámos durante imenso tempo, e ela deu-me muita força para a luta que ainda me espera… Não foi nada de especial, não lhe custou nada e para mim foi tão importante… É pena ela só hoje ter “arranjado tempo” para o fazer…

terça-feira, janeiro 17, 2006

"amigas"

Uma das maiores desilusões que tive que enfrentar desde que me vi neste mundo da infertilidade está relacionada com a indiferença com que algumas pessoas que eu julgava (umas mais outras menos) minhas amigas me têm tratado nos últimos tempos…

“Amigas” que sabem que eu sonho ter um filho há mais de dois anos e meio e que mesmo assim não são capazes de me ligar e perguntar como é que eu estou (é uma pergunta tão simples, não é?). “Amigas”, que depois, quando finalmente descobrem (porque eu lhes conto) o que se está a passar comigo, me dizem: “Eu não perguntei porque não sabia…”. Mas sabiam que tento desde Setembro de 2003, não sabiam? O que é que esperavam? Que eu tivesse pegado no telefone no fim da minha última consulta e fizesse a ronda de todos os meus conhecimentos a contar a novidade como se se tratasse do anúncio de algum casamento ou do nascimento de uma criança? Não me parece… Nunca fiz questão de esconder o meu problema, mas também não vou pôr um anúncio no jornal, desculpem lá…

Outras não dizem nada por medo que eu prefira “não falar no assunto”, como medo de me estar a lembrar do meu problema se falarem nisso. É legítimo. É um erro, porque aquilo que eu mais quero é que me perguntem para eu poder falar no assunto, e ninguém me lembra do meu problema na medida em que ele nunca é esquecido, nem por um minuto da minha vida, mas é legítimo. Quantas vezes não terei eu cometido o mesmo erro em relação a amigos(as) meus/minhas e não quis falar nalgum assunto (morte de familiares, problemas de saúde, etc) que lhes dizia respeito com medo de os ferir? Quantas vezes não optamos por ficar calados e não dizer nada só com medo de dizermos algo de errado ou de estarmos a piorar a situação em vez de estarmos a fazer algum bem? E quantas vezes não o faremos, não só por todos estes motivos, mas também porque, convenhamos, é mais fácil também para nós fazer de conta que não se passa nada do que falar abertamente nas coisas, é mais cómodo… Não sei…

Sei que muitas dessas “amigas” sempre puderam contar comigo para os seus problemas, sempre tiveram o meu apoio quando dele precisaram (é óbvio que devo ter falhado muitas vezes, não estou a querer dizer que sou perfeita, mas penso que pelo menos sempre me esforcei e fui aprendendo também com os meus erros a estar presente nos momentos mais difíceis…), mas hoje têm uma vida demasiado ocupada ou complexa para me perguntarem como é que eu estou ou para se interessarem pela minha…

Escrevo este texto hoje porque ainda ontem tive uma conversa com uma dessas “amigas”, que, embrenhada na sua própria vida e problemas (um filho recém-nascido!) me ligou a cobrar pela minha falta de amizade, e eu tive que lhe dizer tudo o que me ia na alma e tudo o que eu penso sobre a amizade dela. Foi uma conversa difícil, mas que pelo menos serviu, espero, para em breve poder tirar aquelas aspas horríveis da palavra amiga quando falo nela.

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Tarde gloriosa em Aveiro!


Foi mais um encontro em grande de mulheres fabulosas, desta vez na linda cidade de Aveiro, que eu adoro! Amigas, a sério, não há palavras para descrever estes momentos passados na vossa companhia! O tempo voa (no restaurante pediram-nos desculpa pelo serviço ter sido tão demorado, mas nenhuma de nós se tinha apercebido disso!), as conversas são animadíssimas (quem estivesse nas mesas ao lado pensaria que somos as mulheres mais felizes do mundo, sem qualquer sombra a escurecer as nossas vidas) e o riso é uma constante (às vezes um riso brilhante, molhado com uma lagrimazinha discreta, mas um riso sempre saudável e verdadeiro).

E foi tão especial que até S. Pedro ajudou à festa e nos deu um dia simplesmente lindo, o que nos possibilitou uma sessão fotográfica hilariante no Rossio em Aveiro (como gostamos de ser o centro das atenções!!!!), durante a qual fizemos com que as crianças de 3 anos que andavam a brincar no jardim parecessem pessoas sérias e responsáveis em comparação connosco, e ainda um fim de tarde espectacular na praia da Costa Nova, com um mar fabuloso como pano de fundo.

Cláudia (Vieira), Alexandra, Babrinha, foi um prazer enorme voltar a estar convosco e perceber que são mesmo aquelas pessoas especiais que conheci em Dezembro. Cláudia, Pi, adorei conhecer-vos e espero que tenhamos oportunidade de nos voltarmos a encontrar mais vezes de hoje em diante. Pi, amiga, sabes que estou a torcer muito por ti e que espero óptimas notícias dia 23 (ou antes!).

E para que conste, todas as dívidas ficaram saldadas (Isto andava a pesar-me na consciência…), mas isso não será motivo para não combinarmos novos encontros (locais, regionais, nacionais) muito em breve!

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Viva a 6ª feira!!!!!!

E se ontem a vida era bela, hoje é maravilhosa: é sexta-feira!!!!!!!!!!!!

É de facto o meu dia favorito da semana, e do próprio fim de semana: é aquele dia em que o fim de semana que se avizinha ainda guarda todo o seu potencial, ainda está tudo em aberto, ainda tudo pode acontecer naqueles dois dias sem trabalho que se seguem… E este fim de semana promete! Com uma almoçarada marcada para Aveiro amanhã, com a companhia de mulheres fantásticas do fórum Pinkblue e da blogosfera: Vai ser o máximo!!!! Estou ansiosa por rever e matar saudades das minhas amigas já conhecidas Cláudia Vieira, Babrinha e Alex, e por conhecer novas amigas com quem me vou encontrar pela primeira vez: Farófia, imc, Raquel Costa, Pi. Tenho é pena que muitas outras com quem adoraria estar também não possam estar presentes, mas outras oportunidades haverá, e estou confiante que quando a meteorologia começar a ajudar, teremos um mega encontro a nível nacional!

Antes de vos desejar um bom fim de semana, ainda vou aproveitar para vos dizer que ontem resolvi finalmente contar tudo ao meu chefe. O homem veio ter comigo para fazermos o planeamento do ano de 2006: marcar auditorias (ambientais) internas para Março e Outubro, auditorias externas, curso de técnica superior de higiene e segurança para Fevereiro… E eu tive que lhe contar, para lhe explicar que a minha prioridade este ano não ia ser o trabalho, e que tinha planos bem mais importantes para a minha vida. Como seria de esperar fiquei com a lágrima ao canto do olho, mas ele foi muito compreensivo… Reagiu muito bem, falou comigo sobre o assunto (ou seja, não ficou especado, sem saber o que dizer), desejou-me muita sorte para este ano e disse-me que tudo ia correr bem. O homem pode ter os defeitos que tiver (e tem-nos! Afinal, não há chefes perfeitos, pois não?), mas tem um lado humano muito bom, e às vezes é só isso que interessa.
Agora sim, bom fim de semana!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Ou até amanhã, se for esse o caso (yuuuupppiiiii!!!!!)

quinta-feira, janeiro 12, 2006

A Vida é Bela!!!

É o nome de um dos meus filmes favoritos e é o que me apetece dizer (gritar!!!) hoje: a vida é bela! É bela, não porque me tenha acontecido algo de especial, mas porque todos os dias tenho muitas coisas especiais na minha vida que me fazem muito muito feliz!

Tenho um marido fantástico, que eu adoro e que me adora, e que tem uma paciência de Jó para suportar os meus altos e baixos, os meus dias sim e os meus dias não, toda a minha montanha russa emocional e todas as minhas alterações hormonais (e acreditem que não é fácil!....).
Tenho uma família, quer do meu lado, quer do dele, que sabe aquilo por que estamos a passar, que nos apoia em todas as decisões que tomamos e que nos tem ajudado e, tenho a certeza, nos ajudará em tudo aquilo que precisarmos durante esta caminhada. Tenho a minha mãe, que reza e pede por nós e para que o nosso sonho se torne realidade, todos os dias e isso dá-me uma força e uma fé inabaláveis. E tenho o meu sobrinho lindo que adoro, que tem o sorriso mais lindo que possam imaginar e que só tenho pena de não poder abraçar e agarrar mais vezes por ele estar tão longe…
Tenho amiga(s) linda(s) que me tem apoiado e ajudado muito (OK, Moka, esta é para ti…), que me tem mimado e me tem aturado todos os momentos de choro e desespero, tem acompanhado cada passinho que tenho dado, incansável, tem-me dado a mão e tem-me dado colo quando vê que é isso que preciso.
Tenho também amigos de trabalho maravilhosos, 3 homens muito especiais que têm sido muito importantes para mim porque é aqui que passo tantas horas do meu dia e onde muitas vezes preciso de apoio e de um ombro amigo. E estes amigos têm tido a grandeza de perceber, sem eu ter que dizer uma palavra, quando eu não estou bem e têm-me mimado e dado todo o carinho que preciso.

E tenho (at last but not least) este mundo maravilhoso onde encontrei, quer no fantástico Pinkblue, quer neste cantinho, amigas virtuais/reais (sim, sim, são vocês!...) que não há palavras que consigam descrever, que me têm ajudado a manter a minha sanidade mental e algum equilíbrio no meio deste caos, não só por me permitirem vir aqui desabafar todos os dias aquilo que me vai na alma, mas também por me deixarem aqui as palavras mais sábias e mais reconfortantes, que me têm tantas vezes ajudado a sarar as feridas… Muitas vezes tenho usado este espaço para despejar os meus momentos menos bons, para vir descarregar as nuvens que teimam em encobrir os meus dias, e isso tem-me permitido ser no mundo real uma pessoa mais bem disposta e mais positiva, e é por isso que hoje quero deixar aqui, em vez de nuvens, luz… Quero deixar um raio de sol que vos ilumine também, como eu hoje me sinto iluminada, e dizer-vos Obrigada por tudo. Obrigada por estarem aí, por me lerem, por deixarem as vossas palavras… Obrigada por fazerem de mim uma pessoa melhor.

quarta-feira, janeiro 11, 2006

Vida em Stand-By?...

Muitas pessoas com quem falo me têm dito que não posso ter um único objectivo na vida ou que não posso apostar tudo no mesmo cavalo porque corro o risco de, caso as coisas não corram como eu espero, “ficar sem nada”…

Neste momento estou numa pausa forçada na minha luta, a tomar a pílula, sem contas, sem período fértil, sem treinos programados, sem expectativas, sem desilusões, sem saber o que vai acontecer a seguir, e este estado de coisas vai-se manter até ao dia 25 de Janeiro, dia da minha próxima consulta. Até lá… Bem, até lá tenho-me tentado controlar para não ir todos os dias ao calendário contar os dias que faltam e tenho tentado fazer tudo aquilo que me faz feliz: sair com os amigos, beber uns copos, ir ao cinema e a uns concertos, ando a fazer obras numa parte da casa e a melhorar o resto, vou ao ginásio, enfim… Uma série de coisas. Mas não sei até que ponto faço tudo isto com algum objectivo concreto ou apenas para me distrair e fazer com que o tempo passe mais depressa até ao dia 25…
Desde o início do ano, ou desde que criei este blog (não sei muito bem) ando extremamente bem disposta, toda a gente à minha volta consegue ver isso, optimista, positiva, penso que também por me ter ido habituando à ideia de que vou ter mesmo que recorrer a FIV o ICSI para um dia engravidar (a nossa capacidade de adaptação é tremenda! E aquilo que parecia insuportável há 2 meses, hoje é uma coisa aceite e normal…). Mas toda essa boa disposição e esse optimismo assentam na esperança enorme e na fé inabalável de que dia 25 de Janeiro vou sair da minha consulta com um plano nas mãos para regressar à minha luta, mas agora a sério, com todas as armas que existem à minha disposição, e com uma força enorme, embora consciente das probabilidades de êxito e de que o resultado pode não ser o que eu desejo logo à primeira. Independentemente disso, todos os tratamentos que eu fizer, quer resultem numa gravidez, quer não, me hão-de aproximar cada vez mais da concretização do meu maior sonho, e é por isso que quero começar essa nova fase o mais depressa possível, e o que me custa mais no meio disto tudo são estes períodos de espera…
Mas uma coisa não posso negar, por muito que me digam que não pode ser assim, que tenho que pensar doutra forma: neste momento, é este meu sonho que comanda a minha vida, é neste cavalo que está tudo apostado, e nem consigo sequer imaginar outro grande objectivo que me mova ou que me possa preencher.

terça-feira, janeiro 10, 2006

LIVROS

Sempre gostei (e gosto) muito de ler, mesmo muito. Quando era miúda lia tudo aquilo que apanhava à mão, mas algures entre o Liceu e a Universidade, perdi o hábito, embora continuasse a gostar.
Um belo dia, há cerca de 2 anos atrás, parei um bocadinho para pensar: “eu gosto tanto de ler; à noite depois de jantar sento-me a ver televisão e não aprendo nadinha (desgraças em directo e políticos hipócritas nas notícias, telenovelas, reality shows que já não suportava, programas de pseudo-humor sem graça nenhuma); custa-me imenso adormecer quando me deito porque sou maluca e escolho essa hora para pensar em tudo o que me apoquenta e preocupa e os meus problemas parecem dez vezes mais complicados do que quando volto a pensar neles na manhã seguinte… Vou voltar a ler”.
E se bem o disse, melhor o fiz. Comecei com as colecções de clássicos editadas por alguns jornais e revistas e, quando estas acabaram, encontrei uma metodologia para selecção dos livros a comprar e ler: Todos os sábados, leio na Actual (Expresso) e no MilFolhas (Público) a secção de Livros, faço a minha selecção dos que gostaria de ler, anoto e, na visita seguinte à FNAC (como ando sempre para cima e para baixo para ver os meus pais, passo muitas vezes no Porto, e aproveito!), compro os meus livros.
E todos os dias, religiosamente, depois de jantar e de cumpridas todas as tarefas/rotinas diárias, em vez de vegetar frente à televisão, pego no meu livro e leio, primeiro na sala e depois encostadinha na cama, antes de adormecer. Esqueço os meus problemas, as chatices no emprego, e quando fecho o livro e, logo a seguir, os olhos, adormeço sem qualquer dificuldade, ainda embrenhada naquele outro mundo em que mergulhei...
Leio essencialmente (quase exclusivamente) ficção: os meus livros têm que ter uma narrativa, uma história (filosofia não serve) e tenho que gostar da forma de escrever do autor, tenho que o entender. O último livro que acabei, no Domingo à noite, foi o “A Conspiração Contra a América” do Philip Roth: aconselho vivamente, livro espectacular, obra prima segundo alguns críticos e considerado por muitos um dos melhores de 2005. No mesmo dia, comecei o “Bilhete de Identidade” de Maria Filomena Mónica, também considerado um dos melhores do ano mas na secção ensaística: estou a gostar muito também. Em todos os casos, garanto-vos uma coisa, aprende-se SEMPRE alguma coisa nova com um livro.

segunda-feira, janeiro 09, 2006

Dá Deus nozes...

Na 6ª feira, como prometido, voltei ao ginásio, para descobrir que a professora das aulas aeróbicas está grávida de 6 meses e meio. É verdade. Quando lá cheguei, o meu M., que já lá estava, disse-me, meio aflito “É verdade, a professora está grávida…” assim como quem quer dizer “olha lá, se quiseres fugir para casa ainda estás a tempo!”. Mas não, não fugi. Não sei porquê, nem sempre reajo da mesma forma a notícias de gravidez e esta não me perturbou muito.

Quando a professora chegou, dei-lhe os parabéns, claro, e depois de algumas piadas sobre a minha ausência e o meu regresso, dei largas à minha curiosidade e perguntei se ela nunca tinha interrompido as aulas, mesmo no início da gravidez, quando os riscos de algo correr mal são maiores. Foi então que ela esteve a explicar que não. Que nem o poderia ter feito porque só se apercebeu que estava grávida aos dois meses. Segundo ela:
“Fiz tantas asneiras no início quando não sabia que estava grávida! Fartei-me de beber, fazia montes de exercícios, incluindo abdominais. E depois, como me continuava a vir o período, nunca pensei que estivesse grávida. Mas afinal não era o período, eram perdas de sangue devido a descolamento da placenta (!!!). Mas graças a Deus, está tudo bem, e nunca deixei de dar aulas.”.

E isto fez-me pensar em tanta coisa… Como é possível que, nuns casos, estas coisas aconteçam quase por acaso, sem planeamento, sem as pessoas terem qualquer tipo de cuidado, e é tudo tão fácil, e corre tudo bem apesar de todos os descuidos e de toda a inconsciência. E por outro lado, eu, que deixei de fumar meses antes de tentar engravidar, que deixei o ginásio com medo que não fosse aconselhável, que deixei de beber bebidas alcoólicas todos os meses depois do período fértil, com medo de que pudesse ter sido nesse mês, que quando decidi trocar de carro comprei logo um monovolume a contar com os filhos que queria ter, e nada… E quando penso que, se algum dia tiver a felicidade inimaginável de ficar grávida, vou ter medo de fazer o que quer que seja que possa colocar esse sonho em risco, que vou viver esse estado como se de um verdadeiro milagre se tratasse, todos os dias…

Será que as mulheres que engravidam sem qualquer problema, sem o desejarem sequer activamente, percebem realmente o milagre que lhes aconteceu? Será que têm consciência da sorte imensa que tiveram e que dão o devido valor a essa dádiva divina da fertilidade? E olhem que não estou a falar do amor que vão sentir pelos filhos, mas apenas da consciência de que a gravidez que carregam é, em si mesma, um milagre imenso, um tesouro a proteger e a tratar com todo o cuidado.

Conheço outro caso de uma amiga minha que engravidou também sem estar a tentar sequer e que depois disso continuou a trabalhar como uma perfeita obcecada, algumas 14 horas por dia, Sábados, Domingos, feriados, e quando eu lhe tentava fazer ver a loucura que ela estava a cometer, ela dizia sempre que tinha muito trabalho e que gostava daquilo que fazia e se sentia muito realizada e que não tinha mal nenhum. Até que, devido ao stress e aos excessos, teve que vir para casa em repouso absoluto porque aos 6 meses de gravidez estava em risco de ter o bebé. E mesmo assim, quando veio para casa, a grande preocupação dela continuou a ser o trabalho, que a empresa onde ela trabalhava não ia sobreviver sem ela (pois!) e passou a ter todos os dias a visita de colegas em casa para por o trabalho em dia! Acham isto normal? Nessa altura, até me afastei um pouco, porque tive medo de perder o comedimento e de lhe dizer algumas coisas que me iam na alma e que ela nunca iria entender… É preciso passar por algumas coisas para as entender…

sexta-feira, janeiro 06, 2006

Sou a Maior!

Mas estou completamente de rastos……………. Pois é, consegui cumprir a minha promessa e lá fui eu ontem à minha primeira aula de ginástica depois de mais de 1 ano parada. E vou-vos dizer uma coisa: Foi horrível! Nunca pensei que fosse possível sofrer tanto dentro de uma sala com espelhos………

Comecei em beleza, com uma aula de GAP dada por um professor com corpo tipo armário, estão a ver? Daqueles que nem consegue juntar os braços ao longo do corpo de tanto músculo, e que, por sinal (e isto é o mais engraçado), tem como hobby criar periquitos! Até já ganhou prémios e tudo!

A aula começou logo a matar, com 15 minutos de abdominais (!!!) e foi logo quando eu descobri que no espaço de 1 ano deixei de ter músculos!!! Desapareceram, foram de férias… Como podem imaginar, aldrabei a aula forte e feio: se fiz metade dos exercícios, foi muito. A meio dos exercícios de glúteos tive que olhar para trás para ter a certeza que não tinha as calças a arder de tanto que era o ardor! Bem, lá me consegui aguentar, com o professor sempre a dizer-me que eu estava fraquinha e que ia demorar muito tempo a recuperar a forma (eu acho que ele até estava satisfeito a ver-me sofrer daquela foram, a castigar-me por eu ter tido o descaramento de estar tanto tempo sem aparecer).

Saí do ginásio praticamente de gatas, esbaforida, desfigurada… Cheguei a casa e tomei banho com o corpo ainda todo a tremer, comi duas peras porque não conseguia sequer pensar em ingerir qualquer outra coisa que fosse e fiquei em estado de choque sentada no sofá, a tentar recuperar…

Hoje, apesar do desconforto geral, ainda não tenho muitas dores daquelas “ácido láctico” mas sinto-as a aproximarem-se a passos largos e tenho a sensação que amanhã não me levanto! Para não perder a coragem, acho que o único remédio é voltar ao ginásio já hoje e fazer uma aula tipo aeróbica, para relaxar…

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Hoje...

… É dia de cumprir a minha primeira (e penso que foi mesmo a única) resolução de ano novo. Prometi ao meu M. e a mim mesma que este ano voltaria à ginástica e hoje é o dia de recomeçar!!!!

Comecei nas andanças dos ginásios há já uns anitos e confesso que, depois de vencida a resistência inicial, passei a adorar. Aquelas substâncias todas que são libertadas no nosso organismo com o exercício físico são mesmo viciantes! Entretanto, quando iniciei os “treinos” pela segunda vez, e como já me tinha apercebido que isto de engravidar, no meu caso, não ia ser pêra doce, achei que o exercício que eu fazia na altura (aeróbica/step) podia não ajudar e, como também andava a perder a vontade de lá andar, juntou-se a fome à vontade de comer e deixei o ginásio, já lá vai quase 1 ano e meio.

Entretanto, os efeitos começaram-se a fazer sentir, e olhem que não estou a falar de perda de firmeza ou acumulação de gorduras (embora esses também se tenham manifestado)… O pior mesmo foi a perda de paciência, de energia, de boa disposição… Quando fazia ginástica era capaz de chegar a casa no fim de uma aula pronta ainda para pôr roupa a lavar, passar a ferro e completar ainda mais meia dúzia de tarefas que houvesse para fazer. Hoje em dia, se aterro no sofá ao chegar do trabalho, é muito difícil arrancar-me de lá novamente para fazer algo de útil…

Eu sei isto tudo e sei que é para o meu bem (como diz o meu M.), e que só custa começar, e que depois me vou sentir muito melhor, mas o que é que querem? Não me apetece nada, nada, nada, nada, nada mesmo!!!! Mas tem que ser, tem que ser!!!!

quarta-feira, janeiro 04, 2006

O que diz quem sabe...

Às vezes tenho alguma dificuldade em explicar o que sinto, porque é que sofro, em entender mesmo os meus próprios sentimentos, e por isso penso que as pessoas que me conhecem podem também não entender bem tudo isto por que estou a passar. Espero que este texto ajude um bocadinho.
"A nossa sociedade considera legítima a opção de não querer ter filhos, mas o facto de os não poder ter continua a ser problemático. São muitas as pessoas que não falam disso por medo de que não as levem a sério, para não incomodarem os outros ou porque é doloroso e violento para elas falarem disso. À frequente e muito temida pergunta sobre se gostariam de os ter, é-lhes mais fácil responder que (ainda) não do que dizerem que não podem, embora no fim de contas, o não falar de uma coisa que governa a tal ponto a vida acabe por pesar e aumente o sentimento de solidão.

Trata-se de escolher entre duas possibilidades, qual delas a pior. Os que decidem falar disso publicamente também apanham com frequência decepções. Tal como as piadas de mau gosto, os comentários bem intencionados podem igualmente ser muito ofensivos. Para quem ainda não conseguiu aceitar isso, não ter filhos involuntariamente é uma ferida aberta. No processo de assimilação intervêm sentimentos como a ira, o desespero, a auto-compaixão e o ciúme, os quais indesejáveis, causam incompreensão e irritação nos outros. Não é fácil partilhar a dor provocada pela perda de um filho que, «na realidade», nunca chegou a existir, e aqueles que não viveram a situação na sua própria carne têm dificuldade em entendê-la.

Não há dúvida de que esta experiência provoca alterações drásticas na vida dos que passam por ela. Implica uma prova dura para as relações do casal, porque os homens e as mulheres não enfrentam, em geral, a dor da mesma maneira, e as relações com os amigos e familiares que têm filhos passam por momentos muito maus. Os anúncios de gravidez e nascimento são um suplício recorrente e as visitas aos recém-nascidos, uma maldição. A auto-estima desmorona-se quando é o nosso próprio corpo que nos deixa mal. Durante anos, perde-se muita energia e tempo em exames médicos, nas operações e tratamentos de FIV, à custa de outras actividades como o trabalho, a diversão e a vida social. Para quem quer ter filhos, realizar esse desejo representa uma parte essencial da sua existência. Ao aperceberem-se de que tal é impossível, muitas pessoas mergulham na maior crise da sua vida ".

Texto retirado do livro da autora Judith Uyterlinde - " Quando a gravidez não chega ", da Casa das Letras

terça-feira, janeiro 03, 2006

Voltei, voltei!!!!

Pois é blogosfera, depois de 10 dias de merecido descanso, e como prometido, aqui estou de volta a este cantinho e a esta luta!
Bem, descanso, descanso, não terá sido, mas foram sem dúvida férias! Foram kms e kms de estrada calcorreados por esse país fora para chegar a todas as pontas da família durante o Natal, com direito a uma viagem de quase 500 km (!!!!) no próprio dia 25, mas valeu a pena.

As minhas festas foram rodeadas de bebés mas, ao contrário daquilo que aconteceu o ano passado, este ano esse facto funcionou quase como uma terapia para mim. Não sei se foi porque eram bebés de pessoas de quem gosto muito e que gostam muito de mim, pessoas com quem estive perfeitamente à vontade para falar da minha situação e dos meus medos e esperanças para 2006, pessoas que não me tratam com indiferença como se não se passasse nada nem me tratam como se eu fosse uma coitadinha, mas a verdade é que me senti muito muito bem, rodeada de amor, e com muito muito amor para dar também. Talvez seja também um resultado de tudo aquilo que aprendi ao longo deste último ano, de tudo o que amadureci nesse período, não sei…

Só sei que foram dias maravilhosos, que adoro bebés, que os quero ter muito e que vou continuar a lutar por isso ao longo deste ano. A próxima consulta é já dia 25 e, se Deus quiser, em breve iniciarei um ttt que me leve à minha estrelinha. Foi o que desejei à meia-noite de dia 31, para mim, e para todas vós que continuam também em busca deste sonho.

2006, aqui vamos nós!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!