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sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Dar a cara...

É hoje à tarde que me vou encontrar com a equipa de reportagem da RTP para falar sobre infertilidade…

Quando surgiu esta ideia da reportagem, atirei-me quase de cabeça e não pensei duas vezes antes de me disponibilizar para ajudar, para dar a cara e contar a minha história e a nossa história, mas, à medida que a hora de aparecer se aproxima, confesso que começo a ficar algo apreensiva… Apreensiva não por revelar ao mundo a minha situação, mas por não ter a certeza que o (meu) mundo esteja perfeitamente preparado para ouvir o que vou dizer, por não saber muito bem como é que as pessoas que fazem parte do meu dia a dia vão reagir… Se não tenho dúvidas em relação à família e aos amigos mais próximos, já em relação ao meu local de trabalho, não posso dizer o mesmo…

Trabalho numa empresa em que a maior parte dos trabalhadores são homens, inserida num meio essencialmente rural, e não sei como é que este mundo vai ouvir e reagir a esta revelação da minha intimidade… Preciso (até pelas funções que desempenho) que eles me respeitem e até hoje é isso que tem acontecido, mas tenho algum receio de que isso possa mudar depois da reportagem… Ou talvez esteja a fazer uma tempestade num copo de água e a sofrer por antecipação (como sempre!) e eles me surpreendam e me dêem todo o apoio… Não sei… Sei que há coisas que eu não vou tolerar ou aceitar: Pena, por exemplo… Espero sinceramente que ninguém venha ter comigo como se eu fosse uma coitadinha e me trate como alguma vítima indefesa digna de piedade…

De qualquer maneira, apesar de todos estes receios e de todos estes medos, não me passa nem por um momento pelo pensamento desistir desta colaboração… Assumi que o faria, comprometi-me e agora irei até ao fim, até onde acharem que posso ser útil, não só porque não gosto de voltar atrás com a minha palavra mas também por continuar a achar que é por uma excelente causa, que é importante e que as vantagens para todos os que são afectados por este problema serão sempre maiores do que os eventuais inconvenientes que essa exposição possa trazer para a minha vida… Espero não estar enganada…

Mais uma vez, nesta decisão e neste passo que estou a dar, foi fundamental o apoio do meu M. (obviamente que sem isso nunca o faria!), que tem sido de facto, para além de um marido maravilhoso, um Companheiro de Luta (sim, porque esta luta é dos dois) ideal, perfeito…

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Novo Dia

E hoje um novo dia começa: o M. volta ao emprego, a minha cunhada volta para casa e a vida retoma, dentro do possível, a normalidade…

Queria deixar aqui um beijinho muito muito especial e um abraço muito sentido a uma amiga de luta que, infelizmente, viu uma grande esperança e um tratamento não dar os resultados tão esperados na última segunda-feira. Minha Bunny linda, sabes que estou aqui para o que precisares, que estou também a partilhar contigo essa dor que sentes neste momento, e que estou ansiosa por “rever” o teu lindo sorriso, por te voltar a sentir feliz e cheia de vida, por voltar a adivinhar nas tuas palavras a alegria de viver que sempre me transmites. Sei que este momento não é fácil, e acredita que se estivesse nas minhas mãos, faria desaparecer toda essa tristeza e voltaria a colocar um sorriso no teu coração… Amiga, estou contigo…

E gostaria de vos contar também que ontem fui contactada pela jornalista da RTP para colaborar na reportagem que está a ser preparada sobre infertilidade e, mais uma vez, disponibilizei-me para ajudar naquilo que pudesse… Ficou combinado que falaria com uma equipa de reportagem aqui de Coimbra e que posteriormente analisariam se a minha contribuição seria incluída ou não… Embora a minha história não seja muito longa ainda, nem muito dramática, poderei sempre falar dos sentimentos, da frustração, da tomada de consciência de que algo não está bem, do desespero dos primeiros meses, das alternativas de que dispomos quando nos apercebemos que necessitaremos de ajuda, das opções que têm que ser feitas, das decisões que somos obrigados a tomar… Se acharem que posso ajudar não terei qualquer problema em fazê-lo, mas se por outro lado chegarem à conclusão que há testemunhos mais significativos, também não me melindrarei por isso. Independentemente de quem dê a cara, de quem apareça, de quem conte a história, penso que o mais importante é que se faça luz sobre A Nossa Causa.
PS: Queria também deixar um grande beijinho de boa sorte para duas amigas que dão hoje passos importantes na sua luta. Elsa, amiga, estou a torcer muito para que saltes para a lista de sucessos muito em breve! Estrelinha, espero que recebas hoje a notícia mais feliz da tua vida e que nos dês uma grande alegria!

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Ciclo da Vida

O que tanto temíamos aconteceu: o avô do M. faleceu no Domingo passado…

Tínhamos ido passar o fim de semana fora para comemorar o nosso aniversário, como todos os anos por esta altura, quando no Domingo por volta das 16h00 recebemos a chamada fatídica… Apesar de tudo, penso que não estávamos preparados: não tínhamos tido conhecimento que o seu estado se tivesse degradado (embora isso de facto tenha acontecido a partir de 6ª feira) e não estávamos portanto à espera daquele telefonema, daquelas palavras…

A partir desse momento, podem imaginar como foram estes últimos dois dias: lágrimas, dor, condolências de centenas de pessoas que quiseram estar presentes num momento destes…

O avô do M. era uma pessoa muito querida e muito conhecida… Era, sem a menor dúvida, uma pessoa especial: com um gosto pela vida como poucos, apesar dos seus 82 anos; uma pessoa que acreditava que, sozinha e com a sua força, podia fazer A diferença, e que fez de facto a diferença em muitas coisas e em muitas vidas que tocou, uma pessoa que deixou marcas e recordações em muita gente e em muitos locais, que ajudou muita gente, que passou por muito mas sempre com um optimismo enorme, uma pessoa que adorava crianças e que era idolatrada pelos netos…

Nunca esquecerei o dia em que o conheci, em casa dos pais do M.: ele veio ter comigo, com um sorriso enorme e os olhos a brilhar, e agradeceu-me por eu lhe ter dado o prazer de me conhecer… Eu estava tão nervosa e aquele gesto fez-me sentir tão bem-vinda, tão acarinhada… Era assim que ele nos fazia sentir…

Mas a vida é mesmo assim: segue o seu curso e nós temos que aceitar isso. Fecha-se um ciclo, mas outros iniciam-se agora, no mesmo momento, como sempre...

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Venham mais...

Faz hoje exactamente 5 anos, sensivelmente a esta mesma hora, acordei para um dos dias mais bonitos da minha vida… Nesse dia, como algumas vezes tem acontecido em momentos chave do meu percurso, a ansiedade que tantas vezes me acompanha tinha-se desvanecido como por milagre e vivi cada hora que passou como que dentro de uma bolha de felicidade...

Num dos anos mais chuvosos de que tenho memória, em que choveu dias e dias a fio durante meses, sem que o astro rei nos brindasse com um único raio da sua luz, essa semana começou inesperadamente seca e com um sol inicialmente tímido e inseguro que, dia após dia, se foi tornando mais forte até, nesse sábado memorável, me oferecer um verdadeiro dia de verão antecipado…

Serena, e acompanhada pela minha irmã (que eu tive literalmente que arrancar da cama), fui tratar de todos os preparativos que as noivas tão bem conhecem: cabelos, pele, maquilhagem; e por volta das 11h30 vesti finalmente o meu lindo vestido, pelo qual me tinha irremediavelmente apaixonado ao primeiro olhar, e que tinha a extrema simplicidade que eu aprecio, nas coisas e nas pessoas…

Chegada a hora, fui transportada pelos meus padrinhos de casamento num 2 cavalos branco descapotável (escolha minha) para a pequena capela Minhota onde tínhamos decidido unir os nossos destinos, e vi toda aquela gente que esperava já por mim, e o meu M. ainda de relance a entrar quando percebeu que eu estava a chegar… Fui ao encontro dele, pelo braço do meu pai, e só me lembro da felicidade imensa que eu sentia e que se via no meu rosto, e de o ver junto ao altar com um sorriso enorme, à minha espera, e das primeiras palavras que me disse quando cheguei ao pé dele: “Estás tão linda! Brilhas…”.

E assim começou a nossa vida em comum, há 5 anos atrás…

Ontem à noite, contrariamente àquilo que é normal, esperei pela meia-noite para me deitar, porque queria abraçar e beijar o meu amor quando chegasse oficialmente o dia 17 de Fevereiro, e assim fiz… Abraçámo-nos, vimos o álbum do nosso casamento, recordámos aquele dia inesquecível e, finalmente, decidimos ir dormir. E quando puxei os cobertores para me enfiar na cama, lá estava pousada sobre a minha almofada uma caixinha embrulhada com papel dourado à minha espera. E lá dentro, numa caminha de veludo branco, um par de brincos à rainha, que ele comprou às escondidas da última vez que estivemos em Viana em casa dos meus pais, e que guardou até ontem para, mais uma vez, me surpreender como só ele sabe fazer, reinventando em cada aniversário e em cada Natal novas formas de fazer de mim uma autêntica criança maravilhada diante do inesperado.

É por tudo isto e por muito mais (pelo amor que me dás todos os dias, pelo forma incondicional como me amas, pelo amor que fazes crescer em mim a cada dia que passa, por estares sempre a meu lado e me apoiares em todas as minhas lutas, por fazeres da minha vida uma coisa tão boa e tão linda, por mimares tanto o nosso “NÓS”, e por tantas, tantas coisas que poderia aqui enumerar sem nunca conseguir esgotar a lista de tudo o que há de bom em ti) que digo, com a alma cheia e o coração a transbordar, que sou uma mulher muito muito feliz.
Foram já 5 anos, mas virão mais cinco, e mais cinco, e sempre mais, porque SEI que estaremos sempre juntos, independentemente de tudo o resto…

Obrigada amor, por tudo…

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Hoje recebi uma daquelas novidades...

Daquelas que pensei que já não faziam doer cá dentro, e no entanto, esta fez… Uma amiga minha está grávida, pela segunda vez… Somos da mesma idade, ela casou um ano mais cedo do que eu, e já vai no segundo… Quando nasceu a primeira, a S., andava eu nos treinos há pouco tempo, e lembro-me que a fui visitar, entusiasmadíssima, a tentar aprender tudo o que havia para aprender, já a pensar que em breve seria a minha vez de precisar de saber todas aquelas coisas, de ter todos aqueles cuidados… Fiz milhares de perguntas sobre a gravidez, o parto e aqueles primeiros dias em que tudo era maravilhosamente novo e surpreendente… Estava ansiosa por passar por tudo e pensava que não demoraria muito…
Nessa altura, aproveitei a viagem a Lisboa para me encontrar com outra amiga que por sinal também estava grávida de quase 6 meses e, mais uma vez, fiz mil e uma perguntas, agora sobre a fase dos treinos e das tentativas, o tempo que demorava, como ela tinha descoberto e contado ao marido…
Queria preparar-me o melhor possível (como sempre) para esse momento mágico em que, depois das primeiras suspeitas, se descobre (felicidade suprema!...) que o milagre aconteceu, que uma nova vida está a nascer e a desenvolver-se dentro de nós… E imaginava já mil e uma maneiras de contar a grande novidade ao meu amor: como o faria, em que momento, em que registo (a brincar, ou de forma dramática e surpreendente?...), e, mais tarde, a toda a família… Na altura, ainda pensava que o nosso futuro filho seria o primeiro das nossas duas famílias (hoje sei que não…), e imaginava a felicidade imensa que iríamos dar a toda a gente, aos meus pais, ao meu sogro, a todos os outros… Já tinha havido imensas discussões sobre nomes: o de menina já escolhido, o de menino mais polémico…

Na altura tudo era possível, tudo era bonito, tudo eram expectativas e sonhos e ilusões… Tudo era uma questão de tempo (pouco!...) e eu apenas me preparava para viver com toda a intensidade essa felicidade inimaginável…

Entretanto, as coisas mudaram, e muito… E têm vindo sempre a mudar, de tal forma que eu pensava que já conseguia lidar perfeitamente com as novidades de gravidezes da família e das amigas… Pensava que já só sentia felicidade e que essas notícias já não me faziam sentir esquecida e injustiçada pelo destino ou pela vida… Mas parece que ainda não atingi a serenidade tão plena quanto gostaria… Ainda tenho que crescer mais, que aprender mais, que ser melhor… Mas eu vou conseguir, tenho a certeza: se cheguei até aqui, também posso ir mais longe...

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Como não falar...

... da reportagem que saiu na revista ÚNICA do Jornal EXPRESSO deste Sábado?

Foi, de facto, um acontecimento para nós que andamos nesta luta todos os dias, que vivemos com esta dor e com este sonho que comanda toda a nossa vida e em função do qual tudo se decide, tudo se relativiza…

Embora tivesse tido formação no Sábado passado das 9h00 às 17h00, saí uns minutos mais cedo de casa e parei na primeira estação de serviço que encontrei para comprar o jornal. Devorei a reportagem sentada no carro na própria estação de serviço, com as lágrimas nos olhos e as mãos a tremer, qual verdadeira criminosa a ler um mandato de captura em seu nome!... Quem me visse…

Adorei… Nem consigo explicar muito bem tudo o que senti… É como ver finalmente reconhecida a nossa “doença” e tudo o que passamos para a combater… Espero que as nossas vozes (que não são de burro!) tenham chegado a quem poderá fazer algo mais por nós e pela nossa causa, e que a INFERTILIDADE passe a ser vista como um problema real que afecta a vida de muitos casais e que precisa de ser combatido para que tenhamos de facto qualidade de vida e bem-estar físico, psicológico e social, que é a definição oficial de SAÚDE.

Adorei o testemunho da Elsa, a força das suas palavras e o seu tão lindo “nós”. Obrigada amiga, por teres dado voz a nós todas, e de uma forma tão bonita, forte e sentida. E claro, adorei ver a Hope e a sua barriguinha linda: foste e serás sempre uma fonte de inspiração para mim e, por isso também, o meu obrigada.
Por tudo isto, e porque acreditamos que é possível fazer mais e sermos mais ouvidas ainda, continuamos UNIDAS POR UMA CAUSA: a Nossa Causa

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Um dia de cada vez - Parte II

Comecei ontem um curso de formação profissional em horário pós-laboral que me vai ocupar 2 a 4 noites por semana das 19h00 às 22h00/23h00 e Sábados alternados todo o dia, até… ABRIL/2007!!!
Não, não me enganei a escrever o ano, é mesmo 2007, ou se preferirem, 14 meses de formação intensiva… Porquê, perguntam vocês? Não, não é só porque sou completamente doida, é também porque é uma necessidade da empresa onde trabalho, e eu aceitei fazê-lo quando me perguntaram se estaria disposta a isso… “A empresa paga”, pensei eu na altura, “e eu aproveito e fico com mais este trunfo no meu CV”… Esperta…
A empresa conseguiu um curso financiado (portanto não desembolsa um tostãozito sequer) e eu é que dou o litro a trabalhar que nem uma moura durante o dia e a dar (sim, sim DAR) as minhas noites e os meus ricos fins-de-semana para “suprir uma necessidade da organização”. Haja paciência!......

Bem, mas aquilo que eu queria também dizer é que, há uns tempos atrás, se eu pensasse como o costumava fazer antes, talvez já tivesse desistido do curso, por pensar… Enfim, vocês sabem, por pensar que iria ter que interromper a meio por causa dos ttt’s, ou por causa do repouso, ou porque não ia conseguir conciliar as coisas e o mais importante não é isto… Aliás, o meu EU antigo talvez nem tivesse reiniciado as aulas de ginástica como o fiz no início deste ano exactamente pelos mesmos motivos: não vale a pena porque daqui a pouco tempo vou ter que interromper, não vai dar, nem vale a pena começar, etc…
O que eu quero dizer com isto tudo é que outra grande lição que aprendi nos últimos tempos é a não estar a contar com o ovo no c* da galinha ou, exactamente como dizia ontem, a viver um dia de cada vez… Vamos levando as coisas com calma: enquanto der, vou ao ginásio, começo o curso, faço tudo como se não estivesse à espera de, a qualquer momento, ter que deixar tudo em stand-by. Para além de me manter ocupada, espero que me ajude a não cultivar expectativas excessivamente elevadas como faço sempre, a não ter já todo um plano delineado sobre o que vão ser os próximos meses, como e quando vão acontecer as coisas que eu desejo e começar já a planear e a preparar toda a minha vida em função dessas “previsões”, o que me leva geralmente a grandes desilusões uma vez que os meus planos saem muitas vezes gorados e consequentemente todo o meu planeamento cai por água abaixo e eu atrás dele… Desta vez, vamos andando e vamos vendo…

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Um dia de cada vez

Sei que não tenho andado por aqui com a mesma assiduidade de outros tempos, mas é assim… Estou a atravessar mais um período de espera e não me parece que os pequenos acontecimentos do dia a dia tenham interesse suficiente para aqui os colocar…

O meu M. saiu do ninho na 3ª feira para voltar ao trabalho e parece que ficou bem curadinho, uma vez que não houve “recaída”. Mas também, com a enfermeira fantástica que teve durante os 5 dias de cama (quem disse que eu não tenho auto-estima?), como não poderia ter ficado bem? Eu, como verdadeira mulher do norte resistente a todos os vírus, bactérias e outras bicharadas microscópicas que nos costumam patrocinar uns dias de descanso de vez em quando, nem a dormir agarradinha que nem uma lapa ao meu amor durante 5 dias de febres altas, suores, dores no corpo e afins, apanhei uma virosezita… Haja resistência!....

Quanto ao avô do M., não tenho dito nada porque não há mesmo nada para dizer. A espera continua… Ele vai “parecendo” um pouco melhor, pelo menos no que diz respeito à lucidez e ao estado de espírito (até já voltou a falar de futebol!), mas o grande busílis é se a fístula está a cicatrizar ou não. Caso não esteja, as perspectivas não são as melhores, e penso que ainda se coloca a hipótese de uma terceira cirurgia!... Vamos ver o que acontece. Com optimismo moderado mas sem entusiasmos excessivos. Aqui também, um dia de cada vez…

Quanto a mim, estou muito bem: é óbvio que anseio pela próxima consulta, mais uma vez, mas não quero pensar demasiado que desta é que vou sair de lá com o protocolo para iniciar um tratamento porque não quero que a água do balde no próximo dia 8 seja tão fria como a do dia 25 de Janeiro… Vamos com calma: o que tiver que ser será… Atingi uma serenidade que nunca pensei ser possível e, embora vos possa parecer difícil de acreditar, para além daquilo que tenho aprendido com todas vocês e com toda esta experiência, a formação que tive há duas semanas também ajudou bastante e continua a ajudar… Sinto-me forte e com muita esperança no futuro e SEI que o meu dia há-de chegar e que, até lá, tenho muito para fazer…

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Para ti minha amiga Cláudia,

... que sempre tens uma palavra amiga não só para mim mas para todas nós que andamos nesta luta,
que és uma pessoa Linda, Forte, Corajosa e Optimista como poucas,
que tens um coração do tamanho do mundo, sempre disponível para partilhar as tristezas dos outros e para se alegrar com as vitórias e as alegrias das tuas amigas e companheiras,
que tens enfrentado até hoje as adversidades e as rasteiras da vida com uma serenidade e uma bondade enormes,
que mereces ser muito muito feliz e que serás, tenho a absoluta certeza, uma mãe maravilhosa,
para ti que me deste tanto mimo sempre que precisei…

Hoje que a vida te põe mais uma vez à prova, chegou a minha vez de te abrir os braços para um abraço muito sentido e para te dizer que gosto muito de ti e que tenho a certeza que alcançarás o teu sonho. Não te vou dizer para não desistires porque sei que nunca o farás, não está em ti, nem que tens que ser forte porque o és, sem sombra de dúvida… Só te quero dizer que estou aqui e que sinto um pouco a tua tristeza como se fosse minha também… Queria deixar-te, hoje especialmente para ti, um raio de luz para iluminar este dia mais cinzento e, se estiver nas minhas mãos, ajudar-te a derrubar esta parede que hoje te impede de ver o sol brilhar em toda a sua força...



É à noite que é belo acreditar na Luz
(Edmond Rostand)

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Jogos e Desafios...

Nunca disse que não a um desafio, portanto, espicaçada por esta menina, aqui vai o meu teste dos 4 quartos...

4 empregos que tive na vida
Trabalhadora sazonal numa estufa (1º emprego de férias em part time quando tinha alguns 16 anos)
Bolseira de investigação (quando acabei o curso)
Técnica superior de ambiente na indústria química
Técnica superior de ambiente na indústria metalomecânica

4 filmes que posso ver vezes sem conta
Notting Hill
A Vida é Bela
Pretty woman – Um Sonho de Mulher
Música no Coração

4 sítios onde já vivi
Viana do Castelo
Aveiro
Figueira da Foz
Mealhada

4 séries televisivas que não perco
Sexo e a Cidade
CSI
24
Friends
(CSI e 24 em DVD, os outros não perco quando posso, quando não posso, paciência)

4 sítios onde estive de férias
México (Tulum)
Açores
Tunísia
Algarve (claro!...todos os anos...)

4 dos meus pratos preferidos
(este é o mais difícil de todos!!! Só quatro?!)
Leitão à Bairrada
Rojões com Arroz de sarrabulho (Minho)
Massada de peixe (no Caravela da Quarteira)
Carne de porco com migas (Alentejo)

4 websites que visito diariamente
Fórum Pinkblue
Blogger (para o meu blog e os das minhas amigas)
The Breast Cancer site (e clico todos os dias)
Yahoo.com (mail)

4 sítios onde gostaria de estar agora
Na cama
Na maternidade a dar a luz
De férias em qualquer lugar paradisíaco
Na Santa Casa da Misericórdia a receber o 1º prémio do euromilhões

4 bloggers que desafio a fazerem este questionário
Hummmm… Pode ser a Cláudia
E mais a Penélope
E a Nany
E finalmente a Sofia

E claro, todos que queiram experimentar!


Outro jogo que fiz foi este Teste que encontrei no blog da Tuga, para saber qual o significado do meu nome... Ora bem, o resultado, foi, no mínimo, surpreendente...

You have Bisexual fantasies about your best friend

Acham isto normal? (Moka, tu já sabias, não era?)

PS: O meu Fim de semana foi passado a fazer de enfermeira, porque o meu amor continuou "envirusado" durante os dois dias. Hoje penso que estará melhor mas ainda ficou no quentinho mais um dia por precaução...
E queria deixar um beijinho muito grande boa sorte para a Cláudia Vieira e para a Bunny para mais um passo que dão hoje em direcção aos seus sonhos...

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Ai os homens...

O meu M. está doente. Anteontem ao início da noite começou a dizer que sentia uns tremores e umas dores no corpo, mas ainda não tinha febre e eu achei que não era nada… Ele, como é muito cuidadoso com estas coisas ligou logo à médica a perguntar o que deveria fazer e o que tomar. Mais tarde, já eu dormia a sono solto, ele acordou-me, agitado: “Afinal tenho febre: estou com 38,5ºC. Tenho tanto frio.”.

E pronto, ontem ficou de cama e não foi trabalhar… Quando cheguei a casa à hora de almoço, estava ele deitado debaixo dos cobertores, cheio de almofadas, revistas e livros espalhados por todo o lado: o verdadeiro doente!... Contou-me que tinha medido a temperatura a meio da manhã e que ela tinha subido novamente por isso tinha tomado um comprimido e que já se estava sentir melhor… Depois olhou-me com um sorriso meio satisfeito, meio envergonhado: “Já viste, estou doente… Nunca tinha estado assim de cama desde que casámos.”… Tão querido… Hoje voltou a ficar de molho e já me ligou a dizer que está novamente com febre. Com a minha sorte, a seguir vou ser eu, mas há-de coincidir com o fim-de-semana, já estou mesmo a ver…

Para o meu amor, e para todos os homens em geral quando ficam doentinhos, aqui fica uma pequena homenagem, escrita por quem tem mais habilidade para brincar com as palavras…

Pachos na testa, terço na mão,
Uma botija, chá de limão,
Zaragatoas, vinho com mel,
Três aspirinas, creme na pele
Grito de medo, chamo a mulher.
Ai Lurdes que vou morrer.
Mede-me a febre, olha-me a goela,
Cala os miúdos, fecha a janela,
Não quero canja, nem a salada,
Ai Lurdes, Lurdes, não vales nada.
Se tu sonhasses como me sinto,
Já vejo a morte nunca te minto,
Já vejo o inferno, chamas, diabos,
anjos estranhos, cornos e rabos,
Vejo demónios nas suas danças
Tigres sem listras, bodes sem tranças
Choros de coruja, risos de grilo
Ai Lurdes, Lurdes fica comigo
Não é o pingo de uma torneira,
Põe-me a Santinha à cabeceira,
Compõe-me a colcha,
Fala ao prior,
Pousa o Jesus no cobertor.
Chama o Doutor, passa a chamada,
Ai Lurdes, Lurdes nem dás por nada.
Faz-me tisanas e pão de ló,
Não te levantes que fico só,
Aqui sózinho a apodrecer,
Ai Lurdes, Lurdes que vou morrer.

ANTÓNIO LOBO ANTUNES
Não há novidades em relação ao avô do M. Nem está melhor nem está pior. Temos que esperar...

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

VIVER

Durante a formação que tive a semana passada falámos sobre uma série de temas e questões muito muito interessantes, que me deixaram a pensar sobre muitas questões e vou tentar partilhar algumas delas convosco.

Uma das coisas que o formador nos tentou transmitir é que devemos estabelecer constantemente objectivos para a nossa vida, e que se nos focarmos verdadeiramente e de forma correcta (com base numa série de técnicas que aprendemos lá) nesses objectivos, o nosso subconsciente irá disponibilizar toda a energia e a criatividade necessárias para a sua concretização, quer se trate de perder peso, quer se trate de mudar uma característica “intrinsecamente” nossa que não nos agrada. E disse-nos ainda que a este processo de definir objectivos e pôr a nossa mente a trabalhar para os alcançar se chama VIVER, que deixar de sonhar e de ter objectivos, não é viver, é deixarmo-nos ser vividos pela vida em vez de sermos nós a vivê-la a ela.

Antes de me ter deparado com esta luta da infertilidade, sentia uma admiração enorme (para não dizer inveja) das pessoas que tinham um grande sonho na vida, pelo qual podiam lutar e no qual podiam investir todas as suas energias. Pensava muitas vezes que, embora tivesse pequenos objectivos de curto prazo (acabar um trabalho, acabar o curso, arranjar emprego, etc…), sentia falta de um grande sonho para concretizar. Admirava imenso as pessoas que diziam “Eu sempre quis…” e mais ainda aquelas que conseguiam alcançar essa meta por si próprias, com o seu trabalho, a sua força, ou que pelo menos lutavam por isso (sim, porque conhecemos muita gente que sonha com muita coisa mas não mexe uma palha para lá chegar e espera eternamente por entre infindáveis lamentações que tudo lhe caia do céu…).

Mas hoje, tenho um sonho e um grande objectivo de vida. Embora esse sonho me tenha sido revelado por entre muita dor e muito sofrimento, embora derrame muitas lágrimas à custa dele, sei que tenho algo por que lutar, algo que desejo acima de tudo e algo em que investir toda a minha energia: a energia que já sabia que tinha e, mais ainda, a energia que eu nem imaginava que existia em mim e que se foi revelando (e espero que continue a revelar) à medida que fui precisando dela. Se tudo na vida acontece por algum motivo, quem sabe se o propósito da nossa fertilidade reduzida não foi o de me revelar o meu sonho, de me mostrar o meu objectivo de vida e de me fazer ter vontade de lutar e de inventar energia para tudo isto… Não sei se é essa a explicação, mas uma coisa garanto-vos: embora neste momento me sinta incompleta e penso que me vá sempre sentir incompleta em algum grau enquanto não conseguir gerar uma vida dentro de mim, também sei que nunca, nunca mesmo, me senti tão preenchida e tão VIVA como agora…
PS: Queria deixar um beijinho muito especial à minha amiga Cláudia Vieira que ontem também viu o seu sonho adiado por mais uns dias e que embora seja uma pessoa das mais fortes e positivas que eu já tive o privilégio de conhecer, também merece todo o mimo que eu lhe conseguir dar… Um beijo enorme, amiga e tenho a certeza que tudo se vai compor a tempo.

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Alternativas...

Sempre atenta a novas oportunidades para fazer do meu sonho realidade, e aconselhada pelo formador da acção da semana passada de que vos falei, fui 2ª feira a uma consulta de medicina alternativa, segundo aquilo que percebi, duma especialidade denominada “Medicina Regenerativa”.

Algo a medo, confesso, mas decidida a não me deixar tolher por preconceitos ou ideias pré concebidas, aí fui eu rumo ao Porto para uma consulta num Hotel dos subúrbios, uma vez que a Dra é uma “nuestra hermana” que dispensa apenas alguns dias por mês para vir exercer a sua especialidade neste nosso cantinho à beira mar plantado.

O que dizer da consulta? Que me deveria ter preparado melhor para esta nova abordagem, que me deveria ter informado sobre esta nova modalidade, porque fui apanhada algo de surpresa…

Após uma sessão inicial de “leitura de mão” e de a Dra A. me instar a abandonar imediatamente o tratamento hormonal (pílula) que estou a fazer actualmente, passámos para uma espécie de massagens algo violentas, com a ajuda pontual de um pequeno martelo (penso eu), uns objectos pousados sobre o meu peito e a minha barriga e, finalmente, a prescrição do que deveria fazer e tomar até à próxima consulta. Para além de uns comprimidos e indicações muito precisas sobre o que poderia ou não comer daqui para a frente, mandou-me ainda lavar com água fria durante dois minutos, e três vezes por dia, um ponto muito específico da minha anatomia (!!???), aconselhando-me a utilizar, para o efeito, o bidé… Quando lhe referi que passo o dia inteiro no meu local de trabalho, cujas casas de banho são comuns e não estão equipadas com bidés, falou-me de uns chuveiros portáteis que existem no mercado e que eu poderia comprar para enroscar na torneira do lavatório do WC feminino aqui da fábrica (utilizado por cerca de 30 utentes…), o que me permitiria proceder ao ritual em causa no emprego, à hora de almoço como prescrito (??!!!)… Não sei se conseguem imaginar a cena, ainda com a possibilidade da entrada de alguma colega de trabalho na casa de banho na hora H…

Portanto, com todo o respeito que me merecem as medicinas alternativas e todos os seus praticantes e defensores, vou continuar a apostar na medicina tradicional, pelo menos durante mais uns tempos…
PS: Em relação ao avô do M., continuamos à espera… A recuperação não é excelente, mas também não há nenhuma situação muito crítica. Estamos optimistas, mas com reservas e, neste momento, é um dia de cada vez e cada um que passa é uma vitória…