Quando comecei a pensar em engravidar, achei que ia ser tudo muito fácil. Aliás, mesmo antes disso, sempre achei que nunca iria ter problemas em engravidar: sempre fui muito regular (com pílula, sem pílula, depois de deixar a pílula…), sempre tive um período normalíssimo (ou pensava eu que o era), e nunca tive os problemas pelos quais passavam algumas das minhas amigas. Algumas tinham ciclos enormes, ou irregulares ou quando deixavam de tomar a pílula estavam imenso tempo sem lhes vir o período, e, aos poucos fui-me convencendo que eu devia ser uma mulher muito fértil…
Logo à primeira (PRIMEIRA!!!) tentativa, mesmo sem fazer grandes contas, quando o período apareceu no fim do ciclo (ainda por cima com uns diazinhos de atraso), senti a primeira pontada de dor e angústia, mas achei que era uma estupidez. A partir daí, comecei a fazer as contas direitinhas (afinal tinha tido biologia até ao 12º ano, por isso sabia perfeitamente como é que estas coisas funcionam) e comecei a concentrar os meus (nossos) esforços n’ Aqueles Dias. E mesmo assim, nada…
Sem querer ainda entrar em grandes desesperos (sabe Deus à força de que auto-controlo), passados 6 meses (Fev/04) decidi ir ao ginecologista “ver se estava tudo bem”. Fiz umas análises hormonais (tudo bem), mas o médico detectou-me um quisto no ovário esquerdo e mandou-me tomar a pílula para ver se o malvado desaparecia (lá se foi o auto-controlo e desatei a chorar logo ali no consultório).
Entre consultas e ecos tive que tomar a pílula durante 9 meses (!) até ele desaparecer e depois fazer mais uma pausa de 3 meses antes de reiniciar as tentativas.
Nove meses depois de recomeçar a tentar, e depois de muito choro e desespero a cada nova esperança desfeita (a cada aparecimento do período) e sem vontade nenhuma de voltar ao médico anterior com medo que ele me voltasse a dar nova dose do mesmo tratamento, resolvi (e muito bem) consultar um especialista e decidi-me pela Clínica do Prof. Alberto Barros. Tive a minha primeira consulta em 07/Outubro deste ano e depois de alguns exames (análises, HSG, espermograma, eco), no dia 21/Novembro, o primeiro veredicto: 9% de espermatozóides normais (embora em grande quantidade e com boa mobilidade, pelo que este problema apenas não seria relevante), 1 trompa parcialmente obstruída, de novo 1 quisto de 5 cm no ovário esquerdo, e tudo isto causado, segundo o médico, por ENDOMETRIOSE. Se não queremos andar a perder mais tempo, partir directamente para FIV ou ICSI. Nesse dia o mundo caiu-me em cima. Acho que ainda não me tinha convencido que havia de facto um problema, e quando me confrontei com ele, fiquei de rastos…
Mas isso agora também já passou (quer dizer, de vez em quando continuo a ter uns dias menos bons, mas acho que preciso deles para voltar cá acima) e neste momento estou de novo a tomar a pílula para em Janeiro ir a uma nova consulta para confirmar o diagnóstico inicial e, se estiver tudo bem, planear e iniciar um tratamento. E depois, não sei… O futuro o dirá, mas a esperança é MUIIIIITTTTAAA!!!